Páscoa significa “passagem”. A passagem de Deus que liberta e traz vida.
O Pai, compadecido da fraqueza humana, num gesto de amor supremo envia seu Filho, ao mundo. Jesus veio trazer a paz, resgatar a vida, vencer todas as formas de morte.
Mas, a sede de poder, impediu os homens de enxergarem a salvação oferecida, de acreditarem no projeto de amor. Eles crucificam Jesus.
Queriam desacreditá-lo, provar que Deus não estava com Ele. Como poderia ser Filho de Deus aquele que era o “maldito” de Deus.
E Deus, que respeita o livre arbítrio das pessoas humanas, não pôde livrar o próprio Filho das mãos injustas que o condenavam à morte, mas O ressuscitou. Não pôde impedir as ações humanas, mas invadiu o espaço da morte levando a vida.
Deus ressuscita Jesus não por ser seu Filho, ou por ser bom e justo. Ele o ressuscita por ser fiel ao seu projeto de amor, por semear a esperança, plantar a confiança, fazer brotar a compaixão e florir vida nova.
Jesus foi fiel ao Pai, mesmo diante da certeza da morte não recuou, não fugiu. Até o fim agiu em favor da vida: “Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem” – pedia por aqueles que o matavam; “Ainda hoje estarás comigo no paraíso” – prometia ao ladrão crucificado ao seu lado; “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” – oferecia a Deus o seu último suspiro.
E Deus, reafirmando que: “Este é meu Filho muito amado”, O ressuscita, resgatando sua vida das garras da morte e inaugurando o tempo da eternidade para todos, da libertação que impede que a morte seja o destino final.
Celebrando a Páscoa, a passagem de Deus no meio de nós, será que estamos conscientes do compromisso com o projeto de vida que Ele tem para nós? Semeamos a esperança na vida das pessoas? Plantamos a confiança nos corações? Deixamos brotar a compaixão que faz a vida nova florir com a beleza das cores do amor nas pétalas da partilha e exalar o doce perfume da comunhão?
Saímos às ruas cantando e proclamando com alegria: “Cristo ressuscitou!”. Agora devemos mostrar que Ele está vivo no meio de nós, apresentando o seu rosto nas ações e no comportamento diante da necessidade do próximo e dos desafios do mundo. É tempo de vencer a miséria com a solidariedade, vencer a violência com o amor, vencer os vícios com a perseverança, provocando a ressurreição da vida digna.
Amar como Cristo nos amou; amar sem condições, nem recompensas; amar até o gesto definitivo de doar a vida pelos irmãos, esse é o único caminho que nos levará à vida eterna com Cristo. É o sinal de que Deus passou pela nossa vida e estávamos prontos para que Ele agisse em nós e nos ressuscitasse. Sinal de que a Páscoa foi, de fato, a passagem da morte para a vida plena.
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