Jesus foi uma pessoa humana, nascido na Palestina – em Belém, como fala a tradição, cresceu na Galiléia - em Nazaré, e viveu a vida humana inserido na sociedade do seu tempo e do seu povo. De sua vida só são conhecidos os últimos anos – aproximadamente três anos – antes disso não se tem qualquer notícia. As evidências da real existência de Jesus são apontadas por alguns historiadores de sua época, uma vez que não há nenhum documento que a comprove. O reconhecimento da sua humanidade é indispensável para entender o evento da sua morte e ressurreição, pois a sua história é narrada a partir desses eventos.
Maria cuidou de Jesus como toda mãe, amamentou, ensinou a falar, ensinou a andar. O Evangelho de Lucas mostra que Jesus foi uma criança como as outras e demonstra isso quando diz que Ele seguiu os preceitos da sua religião: foi circuncidado (LC 2,21); foi apresentado no Templo, como era tradição (Lc 2, 22-24); todos os anos ia com seus pais a Jerusalém para a Festa da Páscoa, e aos doze anos vai ao Templo para receber a formação necessária a todo adolescente judeu, que nessa idade faz a transição da fase infantil para a fase adulta (Lc 2, 41-52) Lucas quer mostrar àqueles que perguntavam quem era esse Jesus de quem Lucas falava, que Ele era de fato o Filho de Deus que se fez homem, um judeu fiel a todas as tradições judaicas.
Mateus tem outra preocupação, provar que Jesus era o Filho da promessa, descendente de Davi; o novo Moisés que vinha para dar pleno cumprimento à Lei.
Por isso Mateus apresenta toda a genealogia de Jesus (Mt 1, 1-17), mas deixando entrever nessa genealogia que os caminhos de Deus não são os caminhos dos homens, quando aponta cinco mulheres, no caminho da descendência, que rompem os paradigmas da legitimidade dessa descendência.
Em toda a narração de Mateus, vamos encontrar passagens que remetem às Sagradas Escrituras para apresentar Jesus como aquele que fora prometido e anunciado pelos profetas.
Marcos está mais preocupado em manter vivos os ensinamentos de Jesus, por isso seu evangelho é catequético. Assim, em seus escritos apresentam apenas o período da vida pública de Jesus, da sua missão.
Depois de ser batizado, Jesus vai para o deserto, onde certamente convive com João Batista e com os essênios, grupo que formara uma comunidade fora de Jerusalém e que vivia radicalmente os preceitos da Lei mosaica. Jesus não se integra a esse grupo, mas tem contato e convive com eles com eles durante o tempo em que permaneceu no deserto, e quando toma conhecimento de que João foi preso, Ele volta e assume a sua missão (Mc 1, 14-15)
Da vida de Jesus só conhecemos o que relatam os evangelhos, mas não podemos esquecer que os evangelistas não estavam interessados em contar a história da vida pessoal de Jesus, mas em anunciar que Ele era o Messias, e dar provas disso enfocando os seus ensinamentos e sua ação em comparação com o que diziam as Escrituras. Dessa forma, eles faziam a releitura das Escrituras sob a luz da vida pública de Jesus. Para os seus discípulos não era relevante fazer uma biografia de Jesus, o que realmente importava era falar de sua missão, pois estavam convictos de que Ele era o Messias, o enviado de Deus. Mas essa convicção só se estabelece depois da morte e ressurreição de Jesus. É a partir da experiência da ressurreição, da experiência de que Jesus está vivo no meio deles, que os apóstolos se deixam mover pelo Espírito e reconhecem que Jesus era mesmo o Cristo, o enviado de Deus. (cf. Mc 16, 9-18; Mt 28; Lc 24, 13-35)
Este já é o segundo tema do Curso de Cristologia, para que você possa continuar a aprofundar seus conhecimentos. Se você não viu o primeiro tema, procure no arquivo do Blog da Teo, em Cristologia.Dúvidas poderão ser enviadas através do link para comentários e as respostas serão publicadas no Blog.
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