quarta-feira, 1 de julho de 2009
A Roda de Vida
O mês de julho é mês de férias escolares, férias para muita gente: professores, alunos, famílias que tiraram suas férias com as crianças, seja para poder viajar ou para ficar em casa e cuidar delas, etc.
Mas,hoje, nesse carrossel louco em que se transformou o mundo, onde muitas vidas humanas não passam de cavalinhos atrelados à roda do consumismo, ninguém consegue parar. E o carrossel gira, gira, atordoando aqueles que entram na roda e não encontram a saída.
Ninguém percebe que está perdendo o controle da própria vida, somos escravizados pela ânsia de ter cada vez mais, abandonando a liberdade de ser mais humano.
A sabedoria do Povo de Deus, nos seus primórdios, diante de povos que se entregavam alucinadamente a produzir sem descanso, mostrou que o trabalho move a vida, mas o descanso é a bênção que a renova – “Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousara de toda a obra da Criação”.
Ora, se até Deus descansou ao final de sua jornada criativa, como o ser humano pode ter a pretensão de viver alucinadamente sem descanso, pondo em risco a própria saúde e a sanidade mental? Como é possível ter paz, quando não sabemos cultivar o ócio que restabelece nosso equilíbrio emocional e nos recoloca em sintonia com o criador?
Queremos ser melhores que Deus? Queremos mostrar que somos maiores, mais capazes??? Quanta ilusão... Que grande engano... Ao invés de nos entregamos ao amor de Deus, continuamos a alimentar o grande pecado que transformou o Paraíso neste mundo infernal e que nos impede de nos relacionarmos com o Pai como filhos muito amados.
Talvez, muitos digam: “Mas nós precisamos sobreviver!” Porém, não percebem que quanto mais trabalhamos sem descanso, menos tempo de sobrevivência nós temos, pois perdemos a capacidade de discernir e nos deixamos escravizar.
Certamente, Deus nos olha com muita compaixão e sente a dor de ver sua melhor obra de criação, a criatura mais amada, tão amada a ponto d’Ele enviar seu próprio Filho para ser humano, ver essa criatura, adotada como filha, destruir-se.
Ser digno da condição de filhos de Deus e ter vida plena significa valorizar o que de melhor Ele semeou no nosso coração: o amor mútuo, com os irmãos e com o Pai, que se manifesta no relacionamento fraterno e filial, que só acontece quando nos permitimos o tempo de repouso, de descanso das atividades cotidianas, e nos encontramos com o outro com liberdade e disponibilidade, sem pressa, sem qualquer urgência.
É preciso descansar. Desfrutar da alegria de brincar num parque, fazer um pic-nic no Horto, sentar com os filhos e os amigos em torno de uma mesa para conversar e dividir uma tigela de pipocas não custa quase nada, mas nos proporciona um bem estar e uma alegria sem igual, pelo simples motivo de que Deus está conosco, pois onde há vida, Ele aí está, e onde as pessoas estreitam os laços de comunhão a sua Graça se torna abundante.
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