Todo cristão é chamado a perseguir a meta da santidade, ”Sede santos como vosso Pai do Céu é Santo” disse Jesus a seus discípulos.
Porém, o espírito de verdadeira santidade foi se perdendo no tempo.
O que Jesus quis dizer quando convidou os discípulos à santidade? Certamente ele não se referia à perfeição do ser, pois só Deus é perfeito e a Ele pertence toda a perfeição. Também não devia ser nenhuma menção a não pecar, pois, embora deva estar em constante alerta para evitar o pecado, o ser humano é limitado e sua limitação o torna pecador, suscetível às tentações, por isso é chamado à constante conversão.
Quando Jesus afirma que devemos ser santos como o Pai, ele se refere ao “amor”, aquele amor maior, ágape de Deus, que olha para cada ser humano com compaixão e se entrega na busca do perdão e da vida plena para todos.
Esse amor que derruba todas as barreiras e que rompe todas as fronteiras para ir ao encontro do outro. Amor sem discriminação, sem exclusão, sem imposição. Amor pleno que transborda diante das situações de miséria humana, seja ele de ordem material, social, psicológica ou espiritual e se transforma em bálsamo que alivia a dor e o sofrimento.
É santo todo aquele que vive o amor em plenitude, dedicando-se a espalhar sementes de vida plena em todos os cantos, assumindo a causa dos irmãos, principalmente os mais pobres e esquecidos.
E hoje, em pleno século XXI, nós podemos afirmar com toda a certeza que tivemos no meio de nós, dando testemunho de santidade, uma Mulher Santa: Zilda Arns.
Ela não deixou o mundo moderno refugiando-se na vida religiosa para poder servir ao próximo, ao contrário, mergulhou no estudo e tornou-se doutora em medicina para salvar os irmãos mais pequeninos. Ela não abriu mão de sua sexualidade para viver um voto de castidade, mas foi casta gerando uma família que soube ser fiel ao amor de Deus. Ela não ingressou em nenhuma congregação para se tornar missionária, mas assumiu a missão de ir ao encontro dos irmãos mais pobres aonde eles estivessem. Ela não buscou aprender teologia para poder evangelizar, mas fez Teologia na vida ao mostrar Deus aos pobres em seus gestos de amor. Ela não almejou alcançar o céu com suas orações, mas levou um pedaçinho desse a cada criança a quem devolveu a chance de viver, fazendo da própria vida uma oração.
Assim viveu Zilda Arns, uma mulher comum com um amor incomum pela vida humana. Ela foi o maior exemplo de santidade deste século. E como todos os verdadeiros santos, morreu em meio à sua missão: levar vida onde havia morte; levar solidariedade onde havia miséria humana; levar luz onde havia trevas. E hoje, sem dúvida, já está participando da comunhão dos santos, desfrutando da glória de Deus.
Ouso dizer que, se não sabemos ser santos como o Pai celeste, podemos ser santos e santas como Zilda Arns foi.
Zilda Arns, defensora da vida e protetora das crianças, rogai por nós!
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