terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vida Nova

Estamos vivendo o tempo propício para a renovação da vida. Um tempo de reflexão, de avaliação, de ponderação diante da chegada iminente do Natal e do Ano Novo. Os cristãos chamam este tempo, antes da chegada do Natal, de Advento, que significa “chegada” ou “vinda”, referindo-se à vinda do Messias. Assim, para os cristãos, vivemos o tempo de preparação para acolher de forma digna o Menino Deus que se encarnou no seio da humanidade e nos trouxe a salvação.

Para aqueles que não são cristãos, o período que antecede o Ano Novo também é um período de preparação, pois encerramos um ciclo para iniciar outro. A passagem de um ano para outro é um marco, pois a dinâmica da vida não se repete a cada ano, mas segue numa progressão que leva o ser humano adiante.
Portanto, este tempo é considerado por todos como o momento ideal para corrigir o rumo que temos dado à nossa vida, deixando para trás o que nos desviou da felicidade plena e traçando novos caminhos, buscando novas metas.
Como podemos perceber, não é hora de ficar parado, adormecido diante da realidade, numa espera monótona, mas o momento certo de transformação, de conversão, na busca de vida melhor, de concretização dos sonhos. A esperança agita os corações despertando neles a ânsia de vida nova, de vida plena e abundante.
Muita gente diz que não gosta do Natal, nem das festas de Ano Novo, pois tudo não passa de exploração comercial, movida pela propaganda abusiva dos meios de comunicação que induzem ao consumismo. Essas pessoas podem até ter alguma razão, no entanto, reduzir o Natal e o Ano Novo apenas a isso é desprezar o espírito de solidariedade que move tanta gente e se manifesta sobremaneira nesse período.
Animadas pelo amor fraterno, fruto do espírito do Natal, as pessoas se preocupam menos consigo mesmas e mais com os outros, sejam eles da própria família, do circulo de amigos, da comunidade ou mesmo pessoas que nem conhecem.
É esse clima de fraternidade que torna este período tão especial, é a solidariedade que jorra dos corações o sinal de que queremos e podemos mudar. É esse impulso amoroso que impele uns na direção dos outros que transforma a vida de tantos. Um amor maior, inexplicável por ser tão diferente. Um amor que rompe as barreiras sociais, que derruba os muros da indiferença, da mágoa e do ódio, que encurta as distâncias. Um amor que nos tira do comodismo e nos impulsiona ao encontro com os irmãos.
Quando Maria recebeu o anúncio de que estava grávida, apesar de não ter sido desposada e de, por esse motivo, correr o risco de ser apedrejada, ela não chora, não se desespera, não lamenta, nem se esconde. Ao contrário, ela corre ao encontro de sua prima Isabel num impulso de solidariedade.
Esse é o impulso do Natal, semente que gera vida nova porque elimina o egoísmo e nos faz ir ao encontro daquele que precisa do nosso apoio, do nosso carinho, do nosso perdão. Esse é o impulso que gera a verdadeira partilha: o Amor, ágape de Deus. Amor que se torna concreto nos gestos de solidariedade que transforma a vida humana e une as pessoas num só coração, fortalecendo a Fé e fazendo crescer a Esperança.
Esse é o espírito que toma posse dos corações tornando-os semelhantes ao coração de Deus. Espírito de Amor que se derrama sem pedir nada em troca, sem esperar recompensa. Espírito de Deus cujo maior desejo é trazer vida nova à humanidade.

Nenhum comentário: