Leitura Orante da Bíblia, essa expressão se tornou muito usada no Brasil depois do Concílio Vaticano II, para definir um método de ler a Bíblia que na verdade é tão antigo quanto a Igreja Cristã: a Lectio Divina.
Hoje, resgata-se a expressão latina e muitas pessoas pensam que surge um novo método de leitura bíblica, mas estamos falando da mesma Leitura Orante que o Vaticano II resgatou.
Mas precisamos entender bem o significado dessa leitura, a sua profundidade.
Em primeiro lugar vamos buscar na história de fé dos cristãos a origem da leitura orante. A expressão Lectio Divina vem desde os tempos da Patrística, isto é dos primeiros séculos da Igreja, e significa Leitura Divina. Foi o método de leitura usado pelas primeiras comunidades cristãs para ler a Sagrada Escritura Hebraica (Primeiro Testamento) a partir da ressurreição de Jesus. Podemos encontrar suas raízes nos Evangelhos, onde se constituiu como a dinâmica básica para a composição destes. Lucas, na narração do evento de Emaús, apresenta Jesus convidando os discípulos a relerem os textos sagrados a partir dos eventos pascais.
Lectio Divina é mais que um método de leitura, é um processo de rezar a Palavra, inspirados pelo Espírito (cf. Jo 14, 25-26; 16, 12-13). E foi base da vida de oração de muitas Ordens Religiosas, começando por São Bento, cuja Regra se baseia nesse método de ler e rezar a Palavra, e recebendo grande impulso nas ordens mendicantes onde foi estruturada e difundida. Para São Francisco de Assis ler a Palavra era também rezar a Palavra.
A Lectio Divina é a leitura sapiencial da Palavra de Deus, cheia de sabor e de calor. É uma leitura cuja compreensão nasce no coração e suas raízes estão fincadas na vida, no ambiente popular.
Próximo artigo sobre Leitura Orante: "Característica da Lectio Divina"
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
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