A MISSÃO NASCE DO AMOR AOS POBRES!
Pe. Maurício Luchini
“Em todos os próximos que encontras no teu dia, da manhã à noite, vê neles Jesus. Se o teu olho é simples, quem olha por ele é Deus. E Deus é amor. E o amor quer unir conquistando.” (Chiara Lubich)
A Igreja toda e em todas as suas ações é missionária. Ela é missionária não porque vive um adjetivo, mas porque não pode abandonar aquilo que é parte constitutiva de seu ser. Sua essência é ser missionária. A missão nasce do coração que ama. É atitude de quem já alcançado por Cristo quer alcançar outros, especialmente os mais pobres.
E porque a Igreja é missionária? A Igreja deseja alcançar o coração dos homens para neles implantar o Reino de Deus. O Reino é justiça, paz, liberdade, devolução da dignidade, humanização e todos os bens desejados no mais profundo de cada ser humano. O Reino de Deus é muito maior que a própria Igreja. Ela pode estar envolvida por ele, porém ele a supera em muito. A noção de Reino de Deus não pode ser contida pelas “margens” da Igreja.
No Reino de Deus todos os homens se reconhecem como irmãos e a cada um é concedido tudo aquilo de que precisam para atingir a estatura e o objetivo para o qual foram criados! Atingir o Reino exigirá de todos nós atitudes de abertura e de ecumenismo. O Reino se confunde com o próprio Cristo não é lugar, no tempo e no espaço. Nós não podemos precisá-lo. Ele é uma atitude que gera vida. Foi Jesus mesmo quem disse: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância!” (Jo10,10)
Ser cristão é estar comprometido com a vida. Defendê-la com radicalidade. A missão de anunciar o Kerigma, (Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo), tem como fim último fazer tudo aquilo que Ele fez. Nos seus dias na Terra, Cristo assumiu a defesa da vida fazendo dos pobres seu primeiro amor. Místicos cristãos como Charles de Foucauld bem compreenderam esta radicalidade. São palavras dele:
“Meu Jesus, quão rapidamente será pobre quem te ama de todo o coração; porque não poderá suportar ser mais rico do que seu amado [...]. Meu Deus, não sei como alguns conseguem isto: ver-te pobre e gostar de permanecer ricos; considerar-se maiores que seu Senhor e Mestre; não querer, no que lhes diz respeito, se assemelhar a ti em tudo, sobretudo em tua humilhação. Não vou negar que eles te amem, meu Deus, mas acredito que alguma coisa falte nesse amor; em todo caso, não consigo entender como se pode amar sem um desejo, um desejo imperativo de conformidade, de semelhança e, sobretudo de compartilhamento de todas as penas, todas as dificuldades, todas as durezas da vida” (Charles de Foucauld – Irmãozinho de Jesus – Jean-François Six pg.54)
Os pobres são a maior riqueza que a Igreja possui. Através de sua presença nos convertemos. Isto pode assustar quem está acostumado a uma vida cristã descomprometida, (o que não é ser cristão), mas é preciso deixar-se conduzir pelo Espírito Santo. Dizer sim a seus apelos e estar disponível para tudo aquilo que Ele nos pede. Os sentidos nos ajudarão. Devemos estar atentos e saberemos tudo o que deveremos fazer! “Como os olhos dos escravos, fixos nas mãos do seu senhor, e como os olhos da escrava, fixos nas mãos da sua senhora, assim estão os nossos olhos fixos em Javé nosso Deus, até que se compadeça de nós.” (Sl 123,2)
Considero finalmente, que toda a “missão nasce do amor” sobretudo à eucaristia. Cristo eucarístico nos alimenta na jornada da vida. É n’Ele que todo missionário encontra força para suportar as adversidades, as injurias e todo tipo de contrariedades. Os sacramentos nos conferem bênçãos maravilhosas. Marcam as diversas fases da vida dos católicos. A eucaristia nos alimenta diariamente. É o sacramento mais presente em nossas vidas. Ela nos recorda a entrega total de Jesus Cristo pela humanidade! “Olha, portanto, cada irmão doando-te a ele para doar-te a Jesus, e Jesus se doará a ti. É lei de amor: Daí e vos será dado (Lc 6,38)” (Chiara Lubich). Queremos ser imitadores de Cristo e seus missionários!
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